Oie, estou aqui para falar sobre o livro A jornada da heroína. Primeiro quero esclarecer que por esta resenha ter ficado muito grande e não fazer sentido colocar “um livro” dentro do blog, resolvi dividi-la em 11 partes: será uma resenha para a introdução e para cada capítulo do livro.
Em segundo lugar quero dizer que gostei do livro, só que não morri de amores. Apesar do livro ter me feito lembrar de minha própria jornada ao descobrir a ciclicidade da mulher em minha vida, ele conta com muitas histórias mitológicas e eu não gosto de histórias mitológicas porque as acho muito complicadas de entender.
Também quero lembrá-la que trata-se de uma resenha e não um resumo. E o que é uma resenha? É um resumo da obra com a opinião do leitor, no caso, euzinha aqui.
Então, eu falarei sobre o que está no livro A jornada da heroína, os pontos que mais fizeram sentido para mim e trarei muito a minha percepção de toda a leitura a partir de minha própria jornada, tendo como luz o feminismo e as energias duais que habitam em mim.
Tendo em vista esta introdução, também quero te pedir para acompanhar o blog e os textos sobre produtividade cíclica. Também quero convidá-la a fazer parte do canal no Telegram.
Bom, já deu, né? Agora vamos ao que realmente interessa: a resenha!
Introdução do livro a jornada da heroína de Maureen Murdock
O livro A jornada da heroína diz que muitas mulheres aprendem a serem bem-sucedidas conforme o modelo masculino que nunca irá satisfazer a uma mulher. Como muitas mulheres estão acostumadas com este modelo de produtividade, acreditam que é a única maneira de alcançarem seus objetivos. Mas não é. A produtividade ideal para a mulher não é a linear, mas sim, a cíclica. Trago muita coisa no canal e no blog sobre esse tipo de produtividade e, se quiser, é possível acessar os conteúdos.
Você também tem a opção de participar do grupo no Telegram onde, semanalmente, envio materiais sobre a produtividade cíclica e sobre as novidades que trago neste mundo online.
Também tenho disponível o E-book Ciclicidade que explica, detalhadamente o que é a ciclicidade, como ela funciona na mulher e como isso pode ajudar a mulher a ser mais produtiva.
Quando a mulher fica cansada de tanto lutar neste modelo masculino de fazer as coisas, ela se sente perdida e não sabe para onde ir. Se sente paralisada, apática, desanimada, desiludida, cansada, confusa, com medo.
“A mudança é assustadora, mas onde há medo, há poder. Se aprendermos a senti-lo sem deixar que ele nos detenha, o medo pode se tornar um aliado, um sinal de que algo com que nos deparamos pode ser transformado. Muitas vezes nossa verdadeira força não está nas coisas que representam o que nos é familiar, confortável ou positivo, mas em nosso medo e até mesmo em nossa resistência à mudança.”
O medo é necessário porque ele é um alerta aos perigos. É algo bom de sentir porque nos mantém vivas, o medo existe para a nossa preservação. Nos faz refletir e não fazer loucuras, nos faz tomar cuidados com coisas, lugares e pessoas.
O problema está quando o medo domina tudo em nossa vida e nos paralisa, nos impedindo de fazer as coisas que precisam ser feitas para alcançarmos nossos objetivos e para sermos mais produtivas e realizadas em nossa vida.
Muitas vezes a zona de conforto é mais… confortável. No entanto, sair dela e explorar novas situações é, provavelmente, onde está a nossa força para seguir em frente. Muitas pessoas são resistentes às mudanças por falta de coragem de enfrentar o desconhecido.
Só um lembrete: a vida é uma só e é bem curta. Como ninguém sabe quando vai morrer, a melhor opção, creio eu, é fazer aquilo que você quer fazer e deixar o medo em segundo plano, deixar essa zona de conforto, essa mesmice de vida e se aventurar naquilo que realmente faz sentido para você.
A descida apresentada pela autora e feita pelas mulheres que tomam consciência desse momento crucial de suas vidas, não deve ser apressada. Cada mulher tem seu tempo que deve ser respeitado por ela mesma e pelos outros.
A descida e retomada de seu eu verdadeiro e de seu feminino é realmente devagar e consistente, cheia de obstáculos, descobertas e realizações durante o trajeto.
Nessa caminhada, a mulher vai recuperando partes perdidas de si mesma e vai descobrindo também a opressão pela qual passou e continua passando. Tudo vai ficando mais claro para ela, ela consegue ter vários insights e entender tudo de forma bem redonda.
Até o retorno dessa mulher que desceu no seu subconsciente, resgatou muita coisa, curou outras, tirou aquilo que não queria mais, deixou o que queria, ressignificou outra, até lá, tem tempo!
Por isso a autora diz e eu reforço: não tenha pressa e curta o processo de seu autoconhecimento. A cada dia, uma nova descoberta e isso é muito mágico e enriquecedor.
“O certo é que uma cura ocorre dentro da mulher, à medida que ela começa a acolher seu corpo e sua alma, resgatando seus sentimentos, sua intuição, sua sexualidade, sua criatividade e seu humor. (…) Minha voz feminina foi se tornando potente à medida que eu desenvolvia coragem para deixar de me agarrar ao pensamento linear.”
No decorrer dessa caminhada, a mulher vai se descobrindo e se resgatando e esse resgate inclui a vontade de fazer coisas que nunca havia feito antes ou que foram abandonadas por questões que antes eram mais importantes, como por exemplo, trabalhar muito para ter uma carreira de sucesso. Por conta desse excesso de trabalho, muitas vezes a mulher deixa de viver a vida de forma equilibrada.
Trabalhar é bom e necessário, mas precisamos olhar para as outras partes da nossa Roda da Vida e analisar o que estamos deixando de lado para termos uma carreira de sucesso. O que foi ignorado? Olhar para a Roda da Vida é uma maneira de analisar coisas que não demos tanto valor até aquele momento.
O livro não cita a Roda da Vida, mas eu trago essa ferramenta porque ela facilita olharmos para todas as áreas de nossa vida e vermos aquelas que precisam de mais atenção da nossa parte.
No momento em que você estiver perdida e sem saber para onde ir, escute o seu subconsciente e, talvez, analisar a sua Roda da Vida te ajude a resgatar coisas que você gostaria de fazer e ainda não fez por não ter tido tempo ou por não ter incluído na sua “lista de tarefas”.
Um exemplo disso é cuidar das plantas, pintar, desenhar, aprender a tocar violão, aprender a tocar piano, fazer aula de canto, praticar esportes, praticar atividade física, aprender a cozinhar, fazer massagem, fazer uma trilha, viajar para uma cidade que você goste ou ache bonita, mudar de casa, aprender outro idioma, bordar, fazer crochê, ler, escrever, criar um podcast, um blog, um canal no YouTube, largar o emprego e se dedicar ao seu negócio, fazer uma faculdade, uma pós-graduação, fazer uma cirurgia plástica, abrir uma ONG, fazer aula de dança, fazer um trabalho voluntário, cuidar de animais, ter animais, ter plantas, ter um filho, casar, escrever um livro, gravar um álbum de músicas, montar uma banda, aprender a tocar bateria, guitarra, aprender a costurar, aprender tarô, fazer cursos, fazer aulas presenciais, aprender artesanato, participar de uma feira de artesanato como artesã, fazer parcerias, escrever um e-book, fazer uma massagem… nossa! Tem tanta coisa que você vai conseguir resgatar nesse processo que nem imagina!
O pensamento linear deixa de fazer sentido. O mundo linear e seu pensamento linear é muito restrito, estreito e limitado e você começa a pensar de forma ampla, cíclica. É um pensamento que possibilita muita coisa e, mais ainda, possibilita a coragem para arriscar e para se aventurar!
Meu papel como feminista não é competir com os homens no mundo deles, isso é fácil demais e, em última análise, improdutivo. Minha missão é viver plenamente como mulher, desfrutando de todo o meu ser e de meu lugar no universo (Madeleine L’Engle).
Qual é o lugar da mulher nesta etapa do nosso desenvolvimento cultural? Acredito fortemente que seja curar a ruptura que nos diz que nossos conhecimentos, vontades e desejos não são tão importantes ou tão válidos quanto os da dominante cultura masculina. Nossa tarefa é curar essa ruptura interna que nos manda passar por cima dos sentimentos, da intuição e das imagens de sonhos que nos falam da verdade da vida.
(…) Isso exigirá que ela aprenda a delicada arte do equilíbrio e tenha paciência para a lenta e sutil integração dos seus aspectos femininos e masculinos.
Não é que a mulher vai descartar tudo o que aprendeu até então como se não tivesse valido de nada. Não é desprezar a sua história até este momento, não tem nada a ver com não valorizar o que foi conseguido até então. O que foi feito, foi feito e faz parte da história, porém, ela vai buscar a outra energia que não foi valorizada durante todo aquele tempo. E não estou falando somente do resgate da energia do cuidado, mas da energia da ação.
Calma que vou explicar!
Todas as pessoas têm duas energias dentro de si: energia da ação e energia do cuidado. Convencionou-se chamar essas energias, existentes em todos os homens e em todas as mulheres, de energia masculina e energia feminina. Como, em meu trabalho, evito usar essas palavras pelo preconceito, exclusão e inverdades que elas carregam, optei por usar energia de ação e energia de cuidado.
O resgate que o livro reforça que precisa ser feito é da energia do cuidado o que quer dizer que muitas mulheres são muito focadas em agir o tempo inteiro, trabalhar o tempo inteiro e esquecem que precisam se cuidar e também cuidar do outro.
A rotina desequilibrada que muitas mulheres vivem, somente faz com que se sintam exaustas e sobrecarregadas, levando ao desânimo e a outros sentimentos nada bons como apatia, desesperança, solidão, tristeza até podendo desenvolver doenças como depressão e transtornos como ansiedade, pânico, bipolaridade entre outros. Fora problemas ginecológicos que surgem e doenças graves como câncer.
O fato é que nem todas mulheres precisam buscar a energia do cuidado. Existem muitas mulheres que estão muito ligadas à energia do cuidado e se descuidam de sua energia de ação.
O que precisamos sempre buscar é o equilíbrio entre essas duas energias. Nenhuma é maior que a outra. Nenhuma é mais importante que a outra. Elas têm importância igual. Se a mulher tem prevalência na energia de ação, precisa buscar a energia do cuidado. Se tem prevalência na energia do cuidado, precisa buscar a energia da ação.
Essa descida que a autora diz é justamente isso: a mulher vai buscar equilibrar suas energias para retomar o seu ser inteiro e não o ser pela metade que ela tem convivido durante tanto tempo.
A mulher vai resgatar sua inteireza, seja ela a energia do cuidado ou da ação. Ao resgatar a energia desvalorizada até então, ela irá encaixar em si a parte de si que faltava e se tornar uma pessoa completa e realizada em sua vida.
O livro de atividades da jornada da heroína também traz algumas reflexões que quero pontuar. Ele fala do mito pessoal que é nossa história de vida. Diz que essa história de vida nos oferece uma maneira de entender nossas origens, quem somos, onde é o nosso lugar e se nossa vida tem sentido.
(…) Gênero, cultura, classe econômica e crenças religiosas formam nossa mitologia pessoal e os símbolos e ritos que levam nosso mito adiante.
Ela se refere ao que eu chamo de bagagem de vida. É por isso que digo que conselhos não servem para nada. Aprendi isso na comunicação empática. Conselhos não servem para nada porque damos conselhos baseados em nossa bagagem de vida.
Mas cada um tem sua própria bagagem de vida, sendo assim, como é que vamos aconselhar uma pessoa que não sabemos o que se passa dentro dela, o que se passa na casa dela, como foi a criação dessa pessoa, quais seus valores pessoais, quais suas crenças religiosas, seus sonhos de vida? Não tem como.
Para saber mais sobre valores pessoais, leia nosso texto completo sobre esse assunto.
O livro também nos traz a separação do feminino que eu chamo de energia de cuidado, porque a mulher está em um mundo dominado pelo masculino (e se você não sabe disso, você está fora do planeta Terra), e que influencia essa mulher que quer se igualar a essa energia predominante.
Aí ela vai em busca de realizar-se e de receber as glórias por suas realizações (de novo a mulher se preocupando demais com a opinião alheia, parece que isso de se preocupar em excesso com o que as pessoas dizem, vem no DNA da mulher, porque eu nunca vi um gênero que se preocupa tanto assim com o que as pessoas dizem. É por isso que tem tantas mulheres insatisfeitas com a vida porque muitas só fizeram o que os outros queriam que elas fizessem e não o que elas mesmas queriam fazer de verdade).
A mulher vai em busca dessa realização pessoal que pode ser um diploma acadêmico, um cargo de liderança, um relacionamento, dinheiro, poder político. Depois de alcançar o sucesso num mundo masculino, a heroína experimenta um profundo sentimento de aridez espiritual. Ela conseguiu tudo aquilo a que se propôs e agora procura o próximo obstáculo para saltar, a próxima promoção, o próximo relacionamento, preenchendo cada momento livre com o fazer. Ela começa então a se perguntar: “Para que serve tudo isso? Consegui tudo o que planejei e me sinto vazia. O que eu perdi?” O que ela pode ter perdido é um relacionamento profundo consigo mesma.
Gente, está todo mundo cansado dessa sociedade louca e patriarcal. Por muito tempo acreditou-se que o cansaço da mulher estava ligado aos filhos e marido, mas até as mulheres solteiras e sem filhos estão exaustas e fatigadas.
O desequilíbrio entre as energias duais nos seres humanos é a grande causa da insatisfação, exaustão e fadiga dos seres humanos. É nisso que acredito. Portanto, busque pelo equilíbrio de suas polaridades, seja ela a energia da ação ou a energia do cuidado e vamos juntas caminhando e construindo uma vida melhor para nós e, consequentemente, um mundo melhor.
Acredito que a construção de um mundo melhor está no equilíbrio dessas energias e na civilização que nada mais é que o respeito pelo espaço do outro e pelas diferenças do outro.
Por agora é isso! Espero que você volte para ver a continuação das resenhas do livro A jornada da heroína. Vou aproveitar para deixar aqui o vídeo desse texto que está disponível no canal. Aproveite que irá assistir e se inscreva para ver os demais vídeos.
Te convido a visitar os demais textos sobre produtividade cíclica e fazer bom uso desse tesouro que é a ciclicidade feminina.
Se quiser ficar mais perto de mim e desse universo feminino, te convido a fazer parte do Canal no Telegram.
Parabéns por ser mulher e obrigada por estar aqui comigo. Volte sempre aqui no blog e no canal no YouTube.
Até a próxima, tchau!
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