Olá, meninas, tudo bem com vocês? Espero que sim.
Trouxe a resenha do primeiro capítulo do livro A Jornada da Heroína. Primeiro quero esclarecer que por esta resenha ter ficado muito grande e não fazer sentido colocar “um livro” dentro do blog, resolvi dividi-la em 11 partes: será uma resenha para a introdução e para cada capítulo do livro.
No blog e no canal já tem a resenha da introdução. Vou deixar aqui embaixo o link para a leitura da resenha introdutória e o vídeo, caso você queira assisti-lo.
Leia mais: A Jornada da Heroína: o que a introdução do livro revela.
Também quero lembrá-la que trata-se de uma resenha e não um resumo. E o que é uma resenha? É um resumo da obra com a opinião do leitor, no caso, euzinha aqui.
Então, eu falarei sobre o que está na obra, os pontos que mais fizeram sentido para mim e trarei muito a minha percepção de toda a leitura a partir de minha própria jornada, tendo como luz o feminismo e as energias duais que habitam em mim.
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Tendo em vista esta introdução, também quero te pedir para acompanhar o blog e os textos sobre Produtividade Cíclica. Também quero convidá-la a fazer parte do Canal no Telegram.
Bom, já deu, né? Agora vamos ao que realmente interessa: a resenha!
Informações importantes sobre a Jornada da Heroína
Esta é a imagem da Jornada da Heroína. Estamos exatamente no início dessa jornada. Vamos conhecer um pouco sobre como tudo começa, até que a mulher reintegre suas duas energias e se sinta completa, realizada e feliz.
No meu trabalho, ensino o que acredito: que todos os indivíduos têm duas energias em si: a energia da ação e a energia do cuidado. No entanto, em nossa sociedade patriarcal, todos nós fomos encaixados em um lado: feminino ou masculino.
Por conta disso, a autora trabalha sempre ligando a energia do cuidado com o feminino e a energia da ação com o masculino, como se cuidar fosse próprio do ser mulher e agir, fazer e acontecer no mundo fossem características próprias dos homens. Obviamente que discordo, mas por ser uma resenha, em alguns momentos utilizarei feminino e masculino para que você entenda o que o livro fala.
A separação do feminino
O livro explica que a separação do feminino começa quando as mulheres focam demais nas características negativas de suas mães. Logo, essa separação do feminino inicia com a rejeição da própria mãe, não querendo ser como ela, não querendo agir e nem falar como ela e tendo matrifobia (medo de ser como a mãe), e esse medo evolui com o medo master de ser a própria mãe, ou seja, se a mulher fica muito parecida com a mãe, vira a própria mãe.
Muitas mulheres (inclusive você deve conhecer algumas), não se dão bem com suas mães e não se identificam com essas mulheres que elas vêm como “frustradas, controladoras, zangadas e rígidas” e muitas vêm que a mãe nunca está feliz, sempre está reclamando de tudo e de todos, enquanto o pai sempre está realizando as coisas no mundo e não é frustrado e zangado como a mãe.
Quem quer parecer com uma pessoa reclamona, frustrada, rígida e zangada? Ninguém! Logo, essas mulheres começam a rejeitar as características da mãe que são as características femininas (energia do cuidado), não querendo parecer de jeito nenhum com essa mulher e vai, aos poucos, se identificando e se aproximando do pai, representado pelas características masculinas (energia da ação).
Mas, com o tempo, muitas caem na real de que graças a essas mães que ficaram em casa cuidando da casa e dos filhos, foi que os pais conseguiram ter paz para trabalhar e levar dinheiro pra casa, que os filhos conseguiram estudar e se dar bem na vida. Mas essa visão geralmente ocorre depois de anos, necessitando de muita observação, visto que o que prevalece nessa relação inicial com a mãe é a forte observação de seus defeitos e não das suas qualidades.
No entanto, se a mulher se afasta do seu lado feminino (energia do cuidado), ela se afasta do que esse lado tem de bom e de mal, se afasta integralmente disso, se aproximando daquilo que ela acredita que é o melhor para ela: a independência e a realização de seus sonhos.
Vou deixar alguns trechos do livro para você compreender mais:
“Nunca me dei bem com minha mãe. Acho que ela tinha inveja porque eu me saía bem na escola e tive oportunidade que ela nunca teve de fazer uma faculdade. Eu não queria acabar como ela de jeito nenhum. Queria ser como meu pai, que eu via como flexível, bem-sucedido e satisfeito com seu trabalho. Minha mãe nunca estava feliz. Nunca me ocorreu, naquela época, que o sucesso do meu pai fosse às custas da minha mãe ou que a raiva que ela sentia de si mesma e as ideias contraditórias que transmitia às filhas tivessem sua gênese na forma como a sociedade tratava as mulheres.”
“A maioria das mulheres mal consegue esperar para se distanciar da mãe raivosa e negativa. Todas ouvimos mulheres que dizem: ‘Eu não quero ser como a minha mãe de jeito nenhum. Não quero ser nem parecida com ela’. Algumas mulheres têm medo não apenas de ser como sua mãe. Na verdade, elas têm medo de se tornarem sua mãe.”
“A sociedade sempre encorajou as mulheres a viver através dos outros em vez de encontrar realização própria.”
Esse ponto é tão importante. A sociedade sempre incentivou os indivíduos a serem aquilo que eles foram “predestinados a ser”. Se descobre-se que vem ao mundo uma mulher, ela vai para a “gaveta da mulher” e, ainda na barriga, essa pobre mulher já está destinada a usar rosa, brincos, maquiagem, ser magra, feminina, brincar de boneca, casinha, ajudar nas tarefas domésticas, cozinhar, lavar, não ficar de pernas abertas, não ser vulgar, não usar roupas que mostram muito do seu corpo, não ficar até tarde na rua, não falar palavrão, escolher profissões que tenham a ver com cuidado, ter medo de ficar andando nas ruas à noite, não ser corajosa, temer até uma barata, etc, etc.
E, por conta disso, nós mulheres fomos e somos incentivadas a fazer tudo aquilo que envolve o ficar em casa escondida. Isso já faz parte da história do feminino: enquanto o homem saía e sai para trabalhar, a mulher ficava e fica em casa cuidando de tudo até o marido chegar. Ainda existem mulheres assim, isso não é algo do passado. Ainda existem mulheres dependentes dos homens e se submetendo a qualquer situação devido a essa dependência financeira e/ou emocional.
Se descobre-se que trata-se de um menino, ainda na barriga ele irá para a “gaveta do homem” na qual ele será incentivado a não usar maquiagem, nem brincos, a brincar de carrinho, pipa, bola, a fazer tudo, menos os deveres domésticos, a ficar na rua até tarde e namorar cedo porque ele precisa provar para a sociedade que é macho, a engravidar mulheres e abortar seus filhos não os assumindo, sumindo e vivendo como se não fosse responsável por outro ser humano, será incentivado a não chorar, a não demonstrar emoções, a não ter medo de barata, a não se dedicar a arte como dança, por exemplo, porque é coisa de mulher, a ser corajoso, forte e não ter medo de nada e nem de ninguém. Enfim, a ser tudo, menos ser humano.
Logo, a divisão da sociedade em gênero é um grande mal a todos os indivíduos, sendo as mulheres as mais vítimas e mais sofridas desse sistema patriarcal, porém, sendo os homens, marionetes nas mãos desse sistema, mesmo que eles acreditem que estão “por cima da carne seca”.
Vou deixar aqui para vocês o vídeo da música do Tiago Iorc “Masculinidade”. Vale a pena assistir e prestar atenção na letra. O patriarcado faz mal para todo mundo!
“O perigo surge quando a filha que rejeita o feminino negativo incorporado pela mãe também nega os aspectos positivos de sua própria natureza feminina, como o lúdico, a sensualidade, a paixão, a intuição e a capacidade de acolher e criar. Muitas mulheres que tiveram uma mãe raivosa ou emotiva procuram controlar a própria raiva e as próprias emoções para não serem vistas como destrutivas e castradoras. Essa repressão da raiva muitas vezes as impede de ver as injustiças presentes num sistema definido pelos homens. As mulheres que consideravam a mãe supersticiosa, religiosa ou antiquada descartam os aspectos obscuros, misteriosos e mágicos do feminino em favor da análise fria e lógica. Um abismo é criado entre a heroína e as qualidades maternas dentro dela.”
A rejeição do corpo feminino
“Como são vistas como manipuladoras ou fracas quando reconhecem as limitações de seu corpo físico, as mulheres aprenderam a ignorar a dor para acompanhar os homens. Assim, o corpo feminino é tanto objeto de desejo quanto de desdém.”
Lembrei muito da Ciclicidade Feminina. Nossas variações hormonais são criticadas e motivos de chacota até os dias de hoje, em pleno século XXI, que se diz tão atualizado e tecnológico.
O se aceitar de forma integral, com tudo o que temos e somos faz parte do respeitar a nós mesmas e não podemos aceitar menos que isso das pessoas que nos cercam. Somos o que somos e, acima de tudo, somos cíclicas e essa ciclicidade não pode ser mudada, mas precisa ser compreendida, aceita e respeitada por nós e pelos demais.
Identificação com o masculino
Obviamente que essa mulher que não aceita o seu lado feminino, visto como “inferior, passivo, dependente, sedutor, manipulador e impotente”, vai se afastar dessa mãe que representa esse feminino fraco e vai se aproximar cada vez mais do pai que representa esse masculino forte e realizador, se identificando e querendo ser como ele.
“Se a mulher se sente alienada ou rejeitada pela mãe, pode inicialmente rejeitar o feminino e buscar o reconhecimento do pai e da cultura patriarcal. Os homens estão em uma posição de força, então as mulheres procuram nos homens o apoio para se fortalecerem. Nossa heroína decide então se identificar com o poderoso e onisciente masculino. Primeiro, ela aprende os jogos vertiginosos do pai, as estratégias de competição, vitória e conquista. Tenta provar que é capaz de estar à altura de um padrão criado pelo homem branco à sua imagem e semelhança. No entanto, por mais bem-sucedida que seja, mais cedo ou mais tarde ela descobrirá que ainda é subestimada e sobrecarregada de trabalho.”
Em resumo, a jornada da heroína que é a jornada de todas nós mulheres, se inicia com a nossa rejeição de nosso feminino (energia do cuidado), representado por nossas mães e, não querendo ser como as mães e nem parecidas com ela, nos identificamos com o nosso lado masculino (energia da ação), representado pelos nossos pais.
No entanto, o que não sabemos no início de nossa jornada é que essa nossa identificação com um único lado, irá nos causar mal do início ao fim e que teremos, depois, que recuperar o nosso lado rejeitado, fazendo toda uma jornada e descendo até o nosso subconsciente para retornarmos mais fortes e inteiras com a integração de nossas duas energias e o equilíbrio entre elas.
Mulher, é isso. Espero que você tenha compreendido o primeiro capítulo do livro A Jornada da Heroína e como esse estudo tem muita relação com a nossa ciclicidade e com as energias que habitam em todas nós.
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Parabéns por ser mulher e obrigada por estar aqui comigo. Volte sempre aqui no blog e no Canal no YouTube.
Até a próxima, tchau!
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